sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Caos A.D - parte II
NO CAPÍTULO ANTERIOR DE CAOS. A.D....
“A personagem Rachel, uma criança de quatro anos, é surpreendida por uma tentativa de assassinato pela vizinha. Enquanto isso, os pais estão em meio a uma discussão violenta no quarto. A menina tenta fugir, mas acaba sendo encurralada pela senhora. Quando está prestes a morrer ocorre um fato inusitado e acaba sendo salva... por um triz a morte não a abraça cedo. Entretanto, ela desmaia e permanece em estado de coma induzido por semanas.”
Quando voltei a acordar, me sentia atordoada, a visão demasiado turva e em flashes lentos. Não me sentia capaz de mexer os dedos, de tão fraca. Essa sensação perdurou por semanas. Até que, finalmente, recebi alta.
Quando voltei pra casa fui imediatamente para o quarto brincar. Ou, ao menos, tentar. Ainda estava fraca, um turbilhão de coisas estranhas passava por minha cabeça com tanta realidade que parecia ser visível. Em um desses instantes minha mãe irrompeu no quarto, um tanto aflita. Queria dizer algo sério, mas parecia não encontrar uma maneira adequada. A principio disse um bocado de coisas desconexas, enquanto enlaçava os dedos nervosamente. No momento em que atingiu a confiança necessária, eu via o suor escorrendo-lhe pela testa. Ela hesitava, e eu podia ver na sua alma o choro reprimido. E ele era torrencial. “Bem minha filha, tenho que dizer uma coisa... nesse meio tempo em que esteve internada foram feitos alguns diagnósticos referentes a você... e isso significa que está doente”. Permaneci com os olhos ardidos de curiosidade grudados naquela figura atentamente. Fiquei pasma “Mãe, eu vou morrer?”, lembro da inocência ao perguntar, desconhecendo o real significado da palavra ‘morte’. A partir daí ela me pareceu mais confiante, e explicou de maneira adequada o que se passava. Que eu andava muito nervosa e estava vendo coisas, e os desmaios estavam ficando mais sérios a cada dia. Até essa parte não vi nada de anormal, mas essa constante foi quebrada ao ouvir a palavra ‘remédios’. O plural me assustou. De verdade.
Injeções. Era o meu maior medo, mas meus pais diziam ser o necessário injetar aquele purgante nas minhas veias... Aquilo que me fazia dormir, sempre e sempre. Aquilo que me concedia um sono tranqüilo e sem sonhos. Tudo o que meus pais julgavam ser o melhor para mim e para eles, claro. Talvez fosse melhor mesmo, ter uma filha doente, dopada e potencialmente dependente química, do que correr o risco de ter uma filha louca. Vindo dessas criaturas mesquinhas nada me surpreende.
* * *
Se o mundo é regido pelas cordas, então o que segue é um acorde medonho em meio a uma melodia fúnebre...
Dois dias depois do incidente, era o meu aniversário de cinco anos.
Na hora de cantar os parabéns e cortar o bolo, apareceu um menino na fila que eu desconhecia. Ele era ruivo, olhos muito escuros e pele sardenta. O garoto não me disse nada, pegou o pedaço de bolo e sumiu em meio aquele turbilhão de pessoas. Tentei encontrá-lo procurando por todos os lugares possíveis, e, por fim, perguntando a todos, descrevendo. Todos ali eram cientes do meu ‘problema’ e das minhas limitações, então, no máximo, ignoravam as minhas falas. Quanto aos meus pais, perguntaram se eu havia tomado o remédio. Detive-me a esse pensamento pelo restante da festa, chegando a estar distante. Procurei em toda a parte até me convencer que ele não estava ali, que talvez ele realmente não existisse e que meus pais estavam certos. Permaneci quieta, divagando, sentada num canto qualquer longe daquela confusão de gente e fiquei observando, de longe, cada convidado.
Allana, minha melhor amiga, até então, sentou ao meu lado e perguntou se eu estava bem. Apenas, respondi que sim, mas ela continuou querendo me arrancar coisas, possivelmente a mando de algum adulto. Perguntou, novamente, se eu estava bem, já que a mãe dela explicara que eu possuía uma doença séria e que, por isso, deveria ter o máximo de paciência comigo, porque eu vivia em um mundo imaginário, de mentiras, em que predominava o caos. Foi nessa hora que olhei fixamente pra ela e tudo o que sentia desmoronou. Foi quando desisti, pra sempre, de ter amigos, e confiar em alguém.
Após a festa minha mãe me levou para casa enquanto meu pai permanecia no salão ajudando na arrumação.
Retirou a minha roupa temática e prometeu ler uma história antes de dormir. Antes de me deitar, dei uma olhadela para a prateleira de bonecas de porcelana. Em meio à história da Bela e a Fera, adormeci.
Sendo acometida pela insônia, despertei em meio aquela escuridão, aturdida, as pupilas dilatadas de medo. Da janela entreaberta entravam raios de luz da rua, que não iluminavam o quarto em plenitude, pelo contrário, davam forma a monstros horrendos no escuro, lágrimas nos olhos daquelas bonecas...
Em cada sombra eu via uma ameaça sobrenatural (o que quer que isso signifique para uma criança) e o pavor ia se instaurando na minha mente. No centro do quarto eu via três cruzes fincadas (aquelas dos filmes na páscoa), e conseguia ouvir os gemidos do homem pregado, que sucumbia, me pedindo ajuda e me culpando por estar ali daquela forma. Era possível ver a sua cabeça com espinhos fincados, gotejando sangue e suor. Sua lamúria agonizante era terrível. Eu sentia que ele voltaria, um dia, para se vingar de mim, e que a sua mãe, a virgem, deixaria uma imagem no vidro da janela ao amanhecer. Fora isso, tinha um brutal medo do diabo.
A mente pirava com tanto pavor. A garganta seca, e uma brutal sensação de vulnerabilidade suprema. É fato que, se quisessem me aniquilar, o faria muito antes dos meus pais perceberem, mas qual o objetivo de plantar tanto medo em uma simples garotinha? Por que essa garotinha tinha que ser eu?
Ora, as sombras REALMENTE tomavam forma, não era a imaginação simples de uma criança solitária, eles estavam mesmo ali para deixar um recado...
CONTINUA...
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Vou falar resumidamente sobre mim, meu nome é Marina, mas metade das pessoas que eu conheço me chamam de Nina, eu costumava escrever e muito quando era menor isso com 14, 15 anos, mas como passei por muitos problemas nessa fase, diga-se de passagem problemas escolares (hehehe) acabei parando de escrever por muito tempo.
Conheci Carol pela net e já tinha lido alguns de seus contos e adorando o modo que ela escreve, lendo as histórias dela eu entro em um certo estado de transe, e como eu queria voltar a criar fazia um tempo a gente resolveu fazer uma parceria marota.
Quando eu era menor sempre preferia fazer personagens problemáticos, obsessivos então pra eu ajudar bolar a personagem principal da nossa história não foi tão difícil, desafio mesmo está sendo escrever esse post, é a luta constante pra desbloquear bloqueios hehehehe.
Eu estava me analisando e cheguei a tal conclusão, quando eu escrevia não me preocupava com opinião dos outros, porque também eu não mostrava nada pra ninguém, a idéia de alguém ler o q escrevo me causa pânico...estou em pânico, essa coisa de desaprovação eu não lido bem ainda.
Mas o pensamento que me fez pegar a caneta e o papel e escrever isso foi simples:
" Se Bruna Surfistinha tem um blog e escreve nele eu tbm posso!"
ps: aqui tb terá cenas eróticas
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
APRESENTAÇÃO DA SÉRIE CAOS A.D.: O CAOS É TUDO, O TODO É CAÓTICO.
Seu nome é Rachel, e ela é uma garota forte, sagaz e arrogante. O esqueleto do que vem a ser ela foi arquitetado pela Nina e, posteriormente, os demais elementos, também pelas demais contribuintes da equipe. As funções são, basicamente, separadas dessa forma: Carol conta, Mari ilustra e Nina comenta. Todas são responsáveis por idéias e podem postar o que convir, na verdade.
Sabe-se que a personagem foi, fisicamente, baseada na cunhada da Mari (Kato) e que ela é uma progressão, de modo que, só podemos concluir ‘quem’ ou ‘o quê’ ela é com o deslanchar da história, sobretudo na última linha. Saiba, pois, que desvendá-la é um processo gradativo e fascinante. A propósito, se tiver uma alma fraca, não leia, afinal, pode ser deveras degradante, amoral e político, ou seja, fatal. Se for forte, prossiga.
O pano de fundo é o caos em seu amplo e filosófico sentido. É uma trama que esboça o mundo interior combinado ao exterior de maneira trash, repleta de dinamismo. Na trama encontramos o que se tem direito: monstros com máscaras toscas, litros de sangue falso (bem ao estilo de filme dos anos 80) e magia. Segundo John Constantine “a magia existe se você quiser”, o que a torna mais um dos elementos palpável-prováveis.
Desistimos ao óbvio e mergulhamos na lagoa abissal a fim de desbravá-la. Faremos com que se abstraia a cada palavra ou imagem, fortalecendo e alimentando a sua fome humana, tão lazarenta, pelo horrível, cruento e mordaz..
O panorama que nos cerca é súbito, sacal e ambivalente. O caos é podre e adocicado. E ele borbulha querendo se esvair, esgueirando-se pelos esgotos dos grandes centros. Feito ódio no fígado, O caos é tudo e, ao mesmo tempo, nada. O caos somos nós... o que nos surpreende.
sábado, 16 de fevereiro de 2008
Particular Teoria do Caos
“Nada de apocalipse ou armagedom. O caos é aqui e agora, em suas várias formas.”
O mundo contemporâneo é desespero. As pessoas estão cada vez mais distantes de si mesmas, dos outros , dos valores e de tudo aquilo que as fazem humanas. Mas o que é ser humano?
A realidade é doentia. Prédios amontoados, favelas amontoadas, feito vômitos. Nascemos programados para amar o dinheiro e buscá-lo insaciavelmente. Pra quê?
“Morte e destruição”: é esse o nosso lema. Gostamos de degradação, de ferir, de sentir ódio e pecar. Não adianta esconder: tudo isso nos fascina. E continuará fascinando até que ocorra o apocalipse. Aliás, o apocalipse que cito aqui não é aquele da bíblia ou de evangelhos apócrifos, nada de armagedon. Nós destruiremos a tudo com o nosso egoísmo somado ao egoísmo de quem detém o real poder. No final das contas, não somos nada mais que gado.
Estamos supostamente protegidos por estarmos longe dos cortiços, e não termos que nos deparar com a realidade desoladora a cada dia. As ruelas fedem a lixo e esgoto podre. Os becos têm o mau cheiro da perversão. Sabemos disso, mas o contexto desolador “não nos diz respeito”?!
Não passamos de ratos escrotos, vazios e focados no dia a dia impassível. É muito fácil desligar a tv quando o conteúdo começa a afetar, quando começa a exigir raciocínio ou contém cenas ‘fortes’. Claro, nosso conforto é a ignorância sempre, é o nosso subterfúgio. Fingimos odiar o caos e a dor alheia. Dizemos odiar tantas coisas as quais somos indiferentes. Somos mesmo escrotos imundos em uma merda de mundo que construímos a fim de destruir. Somos assim, é a nossa natureza.
No mundo urbano impera o caos, permeado de sujeiras ocultas, que não vemos por não desejarmos ver o desagradável nunca. Lembremos que o passado não exime o presente. Mesmo porque conceito de campos de concentrações e resquícios de ideologias escrotas prevalecem sob nossos olhos. Auschwitz e suas atrocidades são hoje um mito cujo fato de ser é bem implícito, mas podemos subentender: judeus têm dinheiro. É isso. Alguém liga para as situações insípidas que vivem os africanos e os árabes? Pois é, a guerra e a fome estão estampadas nas manchetes que descartamos dia após dia. Mais crimes que assistimos sem mobilização o que, automaticamente, significa assentir. Não quero jogar na cara de ninguém a culpa, apenas exibir o meu ponto de vista da realidade caótica em que vivemos. Quero apenas me expurgar da minha própria culpa e voltar ao consolo habitual da vida cotidiana. Como, aliás, você fará após terminar essa leitura.
O caos está no prosaísmo. Naqueles programas de televisão em que mostram a desgraça alheia com o intuito de arrancar risadas. Na vulgaridade exacerbada, no preconceito, na miséria que se contrapõe a fartura; está no desprezo, no descaso social e ecológico e no desperdício. O caos é poluição sonora e visual, é a má condição de vida, o esgoto a céu aberto e todo tipo de insipiência. É o buraco na camada de ozônio que se acentua, o derretimento de geleiras e construção de hidrelétricas e a queima de carvão mineral. O caos sou eu e você.
Os animais que somos...
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Caos A.D. - parte I
Minha primeira recordação no que concerne a minha infância é de uma sala de estar moderna e impecável no suntuoso apartamento em que morava com os meus pais. Naquela época eu era um esboço do que sou hoje, mas não entendia bem as coisas, obviamente. Era tão recriminada pela minha forma de ser que acabei não aceitando a minha personalidade. Todos os dias antes de dormir eu era obrigada a rezar, e o pedido era algo relacionado a ser diferente. Mais tarde, rezei para que acordasse morta. Quando fazia aniversário, ao apagar as velas o desejo era o mesmo. Queria que o esboço fosse jogado no lixo e o autor criasse algo novo, melhor.
Bom, como eu dizia, estava na sala brincando de barbie quando ouvi a gênese de uma briga vinda do quarto dos meus pais, cuja porta estava fechada. Não ousei bater à porta. A minha primeira reação foi contrair os músculos e me encolher em um canto. Não havia nada a ser feito a não ser aguardar o desenlaçar.
Nesse instante, a porta principal se abriu com violência e surgiu uma figura que era conhecida, mas estava transtornada. Era a vizinha, Dolores, mas diferente do normal: os cabelos eriçados, de pijama e chinelas, o robe de seda aberto e amassado. Olhei bem e vi que empunhava uma faca enorme, e que bradava em minha direção.
Permaneci estática, como se estivesse grudada naquele carpete, mas consegui gritar. A mulher avançava, seus os olhos vermelhos ardiam de fúria, como se meus gritos a alimentassem. Logo meu pai saiu do quarto para averiguar o que acontecia. Não demorou e minha mãe também veio, mas ele bateu nela antes que pudesse sair. Quando ele se virou, vi que jorrava sangue. Fiquei perplexa e comecei a correr desesperada. A mulher gritou “ELA TEM QUE MORRER” correndo atrás de mim. Fui para o quarto e tranquei a porta ofegante. Sentei em um canto, a cabeça entre os joelhos e comecei a chorar de medo. Ouvi meu pai gritando com a mulher e a colocando para fora. Ouvi também o relutar dela, até ver, em meio às lágrimas algo mais que não conseguia distinguir. Papai chamou e pediu para abrir a porta em voz macia que não era do seu feitio. Quando destranquei a fechadura, ele estava lá, ensangüentado. Saí em disparada para fora do apartamento quando vi minha mãe desacordada na cama deles.
Quando desci as escadas ela estava lá a minha espreita, a faca tingida de sangue. Antes que eu pudesse descer outro lance de escadas ela impediu a passagem e foi me imprensando contra a parede. Foram momentos de muito terror, estava horrorizada com aquilo tudo. Através da mente implorei que meu pai viesse, mas ele não aparecia.
De súbito a luz apagou. E eu enxerguei vultos na escuridão.
* * *
espécie de mangueira. Dei uma boa olhada naquele quarto vazio e voltei a dormir. Isso foi ocorrendo, repetidas vezes, durante semanas...
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Refuse/Resist (Sepultura)
Chaos A.D.
Tanks On The Streets
Confronting Police
Bleeding The Plebs
Raging Crowd
Burning Cars
Bloodshed Starts
Who'll Be Alive?!
Chaos A.D.
Army In Siege
Total Alarm
I'm Sick Of This
Inside The State
War Is Created
No Man's Land
What Is This Shit?!
Refuse/Resist
Refuse
Chaos A.D.
Disorder Unleashed
Starting To Burn
Starting To Lynch
Silence Means Death
Stand On Your Feet
Inner Fear
Your Worst Enemy
Refuse/Resist